03/06/2015

Peça do mês de junho

6 de junho de 2015, às 15h30m
Entrada Livre



O Museu Nacional de Arqueologia (MNA) possui um acervo de muitos milhares, na verdade centenas de milhares, de objectos. Provêm eles de intervenções arqueológicas programadas ou de achados fortuitos, mas também de aquisições, tendo sido incorporados por iniciativa do próprio Museu ou por depósito ou por doação de investigadores e colecionadores.

Todos os períodos cronológicos e culturais, e também todos os tipos de peças, desde a mais remota Pré-História até épocas recentes, neste caso com relevo para as peças etnográficas, estão representados no MNA. Às coleções portuguesas acrescentam-se as estrangeiras, igualmente de períodos e regiões muito diversificadas.

O MNA é ainda o museu português que possui no seu acervo a maior quantidade de peças classificadas como "tesouros nacionais".

Existe, pois, sempre motivo de descoberta nas coleções do Museu Nacional de Arqueologia e é esse o sentido da evocação que fazemos, em cada mês que passa.



Peça do Mês
Defesa / Presa de elefante
(nº inv. DGPC.CNAN.4595.01.0001)
Por João Luís Cardoso


Foi recolhida ao largo do Cabo Sardão, na pesca de arrasto, uma defesa de elefante, aparentemente relacionada com fragmentos de ânforas púnicas, recuperados na mesma área, em resultado da mesma prática de pesca. Deste modo, a peça poderia ser compatível com a época púnica, constituíndo provavél indício do comércio do marfim em bruto naquela época, à semelhança de outros achados da mesma natureza. Resultaria assim de um naufrágio, com paralelos em outros casos docmentados daquela época, com destaque para as presas recuperadas do naufrágio do Cabo Palos, Cartagena, uma delas com inscrição púnica. Contudo, uma recente datação de radiocarbono realizada a partir de uma amostra retirada da peça em causa, veio relançar a discussão sobre a época deste tipo de achados subaquáticos nas costas portuguesas. 

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