26/08/2015

Destruição de Património da Humanidade na cidade de Palmira



Após as notícias da tomada da cidade de Palmira, Cidade Antiga, Património Cultural da Humanidade, e da destruição do seu património pelo autoproclamado Estado Islâmico, é com tristeza que recebemos a trágica notícia. O anúncio da morte do conhecido arqueólogo sírio, Dr. Khaled al-Asaad.

Há, no entanto, que destacar a força e o empenho com que profissionais e nomes tão importantes da Arqueologia, que deram a conhecer tais "tesouros", lutam contra quem pretende destruir a memória cultural e arqueológica da Humanidade.

Relembramos que, em junho, após a destruição perpetrada na Síria, o MNA colaborou na realização de uma sessão de informação e debate, subordinada ao tema "Património Cultural, memória da humanidade", promovida pela Associação dos Arqueólogos Portugueses, em parceria com outras associações portuguesas e internacionais na área do património e museus, bem como Embaixadas, num esforço de mobilizar a opinião pública para a importância da salvaguarda do património cultural, porque como bem adverte a UNESCO ao questionar-nos a todos pela razão porque nos preocupamos com tais bens: "Perdem-se vidas humanas, famílias tornam-se refugiadas, crianças são mutiladas… porque ter cuidado então com os monumentos? Porque algum dia os conflitos terminarão, algum dia as pessoas regressarão às suas casas, algum dia novas vidas serão reconstruídas… e o património cultural será então a sua identidade".

E como então referiu, perentoriamente, o Dr. Jorge Sampaio (antigo Presidente da República Portuguesa (1995-2005) e Alto Representante da ONU para o diálogo entre as Civilizações (2007-2013) na mensagem que enviou então aos Congressistas reunidos no MNA: “Tenho visto estalar, aqui e acolá, uma falsa controvérsia que pretende opor à defesa das pedras a proteção dos homens, como se tratasse de uma opção. Mas esta é para mim uma falácia que só acrescenta, digamos, barulho e nos distrai do essencial." E, antecipando-nos uma realidade hoje já visível para todos,  afirmou"E o essencial é, do meu ponto de vista, o facto de estarmos a assistir ao desenrolar da maior tragédia humanitária desde a segunda Guerra Mundial, perante a passividade da comunidade internacional numa aparente ausência de esforços sérios para encontrarmos uma solução política para um conflito que se agrava, reproduz e amplifica a olhos vistos.”

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Decapitado um guardião de Palmira



24/08/2015

Para a História de Arqueologia em Portugal: O Museu Nacional de Arqueologia e os Arqueólogos Georg e Vera Leisner

O MNA congratula-se com a notícia “Nas antas do Alentejo já se falou alemão” assinada pela jornalista Lucinda Canelas no dia 20/08/2015 no jornal o “Público” e sublinha a sua importância. Tal como decorre das declarações da Professora Ana Catarina Sousa, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e que coordena a equipa de arqueólogos e arquivistas que desenvolvem um projecto de tratamento e disponibilização on-line do espólio documental pertencente ao casal de arqueólogos depositado pelo Instituto Arqueológico Alemão na Direcção Geral do Património Cultural, o MNA gostaria de enfatizar a ligação que o então diretor do Museu, Professor Manuel Heleno estabeleceu com o casal Leisner nos primeiros tempos da sua permanência em Portugal. Estes investigadores tiveram oportunidade de aceder às colecções do museu para estudo e mais tarde colaboraram em escavações com o diretor do museu na anta de Vale de Covas em 1934. A colaboração manteve-se ao longo dos tempos e chegaram mesmo a trabalhar para o Museu nas escavações de Torre de Palma. A amizade entre o Professor Manuel Heleno e estes investigadores manteve-se ao longo do tempo tal como faz prova a variada correspondência trocada.


Correspondência entre Georg Leisner e o professor Manuel Heleno. 
Destaca-se o postal de Natal do ano de 1945 com a mensagem “FELIZ ANO NOVO”. 
Passam este ano 70 anos.

A este casal de investigadores se deve muito trabalho arqueológico realizado em Portugal publicado em muitas obras tais como o “Die Megalithgraber der Iberischen Halbinsel”, em 1959, na qual se sintetiza o conhecimento do Megalitismo do território português. De referir que a obra e outras se encontram disponíveis para consulta na biblioteca do MNA. Das escavações de Georg e Vera Leisner resultou um vasto espólio arqueológico hoje depositado no Museu Nacional de Arqueologia.

nº inventário: 992.1.1
Caçoila campaniforme
Orca de Seixas, Moimenta da Beira, Viseu
Neolítico Final/Calcolítico

nº inventário: 32402
Placa de xisto oculada
Anta 2 da Herdade da Comenda, Reguengos de Monsaraz, Évora
Neolítico Final/Calcolítico


Deve-se a Vera Leisner um contributo importante para o estudo do vaso campaniforme nomeadamente fruto dos seus trabalhos com o espólio da necrópole de S. Pedro do Estoril, em Cascais. De referir que o projeto Eurovision: One object Many visions escolheu precisamente o vaso campaniforme como um objecto que exprime a matriz da cultura europeia.

Por último, o MNA informa que já tinha dado o seu apoio institucional ao Congresso sobre Arquivos Históricos da Arqueologia Portuguesa a realizar no próximo dia 4 de Fevereiro de 2016, onde a equipa do MNA participará, divulgando o espólio arquivístico do casal Leisner que se conserva no MNA, e que se encontra à disponibilização do projecto divulgado e do público.

A Direcção do Museu Nacional de Arqueologia,
Belém 22 de Agosto de 2015.



Para saber mais:

Gago, Alice Borges ; Martinho, Carla ; Raposo, Luís - Manuel Heleno: fotobiografia. Lisboa : Museu Nacional de Arqueologia : Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2013.

Boaventura, Rui ; Langley, Maia – “Matrimónio Leisner : a pretexto do seu centenário, o episódio de Coimbra”. O Arqueólogo Português, s. 5, vol. 1, p. 301-311.

Boaventura, Rui ; Langley, Maia – “Georg Leisner (1870-1957) : determinação na busca do Megalitismo Ibérico” . O Arqueólogo Português, s. 4, vol. 25, p. 167-176.

Carvalho, António (dir.) - Blick Mira Olha! e instantes arqueológicos: arqueólogos e arqueologia em Cascais entre 1940 e 1960. Cascais : Câmara Municipal de Cascais, 2011.




14/08/2015

Artigo do Jornal "Público"

O jornal "Público" publicou uma reportagem sobre a Escrita do Sudoeste.

Leia aqui o artigo

10/08/2015

Visita do Presidente da República, Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva, ao Museu Nacional de Arqueologia

O Presidente da República, Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva, realizou uma visita ao Museu Nacional de Arqueologia no passado dia 30 de julho.

Ciente da importância do mar, como recurso sempre presente na nossa história coletiva, o Museu Nacional de Arqueologia concebeu em 2014, com apoio de várias entidades, a exposição internacional O Tempo Resgatado ao Mar. No momento em que é sublinhada a importância do mar como desígnio nacional – determinação acompanhada de um amplo debate público sobre a necessidade de criar uma estratégia nacional que se consubstancia, por exemplo, no propósito do reconhecimento internacional da extensão da plataforma continental portuguesa – pretende-se, com a exposição O Tempo Resgatado ao Mar, dar a conhecer os principais resultados da atividade arqueológica náutica e subaquática realizada em Portugal nos últimos cerca de trinta anos. Paralelamente também se pretende construir os indispensáveis e permanentes programas nacionais e internacionais de conservação e restauro dos acervos recolhidos, contribuindo para a valorização desta disciplina científica, chamando também a atenção do património que o mar guarda e também conserva.

Esta exposição constituiu-se como o foco principal da deslocação do Presidente da República ao Museu, na qual foi acompanhado pela Dr.ª Maria Cavaco Silva e demais comitiva. Na ocasião tiveram ainda a oportunidade de fazer uma visita à reserva geral do Museu Nacional de Arqueologia e à exposição temporária “Arte Copta e do Oriente Cristão” e admirar um touro em cerâmica recolhido em "Cinco Réis 8” (Beja), datado de cerca do século VII a.C., e proveniente das escavações arqueológicas realizadas no âmbito do plano da construção da rede de rega da barragem do Alqueva.

O Presidente da República, Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva, foi recebido pelo Director do Museu Nacional de Arqueologia, António Carvalho, e demais equipa do Museu, além de responsáveis da Direção-Geral do Património Cultural, concretamente, os subdiretores gerais Dr. Luís Filipe Coelho, Dr. Samuel Rego e o Director de Departamento de Museus, Conservação e Credenciação, Dr. Manuel Bairrão Oleiro.


Visita à exposição "O Tempo Resgatado ao Mar"


Visita às reservas do Museu


Assinatura do Livro de Honra do Museu

06/08/2015

O Museu Nacional de Arqueologia agraciado com o Prémio Internacional “Genio Protector da Colonia Augusta Emerita”

O Museu Nacional de Arqueologia acaba de ser agraciado com o Prémio Internacional “Genio Protector da Colonia Augusta Emerita” (22ª edição), atribuído pela Fundação de Estudos Romanos e Grupo de Amigos do Museo Nacional de Arte Romano (MÉRIDA).



Foi ainda distinguido, na mesma sessão, o Professor Doutor Patrick Le Roux, Catedrático Jubilado da Universidade Paris XIII.

Ambos - museu português e arqueólogo francês - juntam-se a uma lista de mais de 40 entidades e personalidades, de muitas nacionalidades e distintos méritos, já agraciadas anteriormente, como sejam os Professores Doutores José María Blázquez (2000), Martín Almagro Gorbea (2002) ou Isabel Rodá (2012), o Arquitecto Rafael Moneo (2006), a Fundação Ramon Areces/El Corte Inglés (1998) ou a CEPSA (1996), entre outros.

O Museu junta-se também a um lote restrito de personalidades portuguesas já distinguidas com o mesmo Prémio caso do Professor Doutor Jorge de Alarcão, da Universidade de Coimbra (2003) e o Comendador Manuel Rui Azinhais Nabeiro (2009).

No ano passado o prémio foi entregue a D. Angel Texeira Brasero e ao Festival de Teatro Clássico de Mérida (2014), por ocasião da sua 60ª edição.

Este galardão permeia as personalidades, meios de comunicação, académicos e investigadores que se distinguem pelo labor em prol do conhecimento e conservação do património histórico, cultural e arqueológico do mundo romano, e em especial da cidade de Mérida, bem como a divulgação do Museo Nacional de Arte Romano.

Nesta edição, o Prémio reconheceu especialmente a ligação entre os dois Museus Nacionais e particularmente os trabalhos transfronteiriços no domínio da Arqueologia e da Museologia Arqueológica que ambas instituições e as suas equipas tem realizado, ao longo das últimas décadas, em importantíssimos projetos expositivos conjuntos, como é o caso da recente exposição internacional "Lusitania Romana: Orígen de dos pueblos / Lusitânia Romana. Origem de dois Povos", comissariada por Jose Maria Álvarez Martínez, António Carvalho e Carlos Fabião. Entre as instituições portuguesas que colaboraram na mostra destaque para a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Lusitania Seguros e Imprensa Nacional - Casa Moeda.






Inaugurada em 23 de Março de 2015, e organizada conjuntamente pelos dois museus, contou com o apoio de 18 Museus e outras instituições, que cederam bens culturais para a exposição, bem como de personalidades distinguidas no passado com o mesmo Prémio, como o já mencionado Patrick Le Roux, mas também Enrique Cerrillo Martín de Cáceres (2010), Jonathan Edmondson (2011), cujos artigos complementam o catálogo, e Jean Claude Golvín cujas representações gráficas das cidades romanas de Conímbriga e Augusta Emerita (Mérida) assumem um particular desataque na exposição. Este esforço conjunto será apresentado em Lisboa no final de 2015.

A entrega do prémio será efectuada em Mérida, no Museo Nacional de Arte Romano, em cerimónia pública, dia 19 de Setembro pelas 20h00, data em que se celebra o aniversário daquele Museu.




A notícia, veiuculada em vários órgãos de comunicação social, pode ser lida nas seguintes hiperligações:







03/08/2015

Dia da Arqueologia no Museu Nacional de Arqueologia

No dia 24 de julho, o Museu Nacional de Arqueologia celebrou o Dia de Arqueologia, através de diferentes atividades desenvolvidas com a colaboração do Projeto ESTELA e do projeto europeu EMEE – EuroVision: Museums Exhibiting Europe. 

Esta celebração faz parte das comemorações internacionais que contam com o apoio da NEARCH, do Council for British Archaeology, do Archaeology Data Service (ads), do British Museum e da L–P: Archaeology. Neste dia pretende-se revelar o trabalho realizado em arqueologia e o dia-a-dia da profissão de arqueólogo, contribuindo para que o público compreenda melhor a relevância e importância da arqueologia nos dias de hoje, na protecção do nosso passado e no conhecimento dos nossos futuros. 

Os visitantes puderam conhecer melhor a escrita do Sudoeste e a Idade do Ferro através de visitas guiadas, conduzidas pelo Projecto Estela, à exposição “Quem nos escreve desde a Serra” e à “Exposição evocativa de A I Idade do Ferro no Sul de Portugal: Epigrafia e Cultura – 35 anos 1980-2015”. 

Paralelamente, todos os presentes foram também convidados a participar na atividade “Descodifique o seu nome”, onde tiveram a possibilidade de “experimentar” os referidos signos de escrita. 

Houve ainda lugar à apresentação das soluções digitais desenvolvidas para estas exposições e que permitem aos visitantes explorar os seus conteúdos de modo mais envolvente e interativo.

Um dia inesquecível!