11/01/2017

Peça do mês de janeiro

O Museu Nacional de Arqueologia (MNA) possui um acervo de muitos milhares, na verdade centenas de milhares, de objetos. Provêm eles de intervenções arqueológicas programadas ou de achados fortuitos, mas também de aquisições, tendo sido incorporados por iniciativa do próprio Museu ou por depósito ou por doação de investigadores e colecionadores.

Todos os períodos cronológicos e culturais, e também todos os tipos de peças, desde a mais remota Pré-História até épocas recentes, neste caso com relevo para as peças etnográficas, estão representados no MNA. Às coleções portuguesas acrescentam-se as estrangeiras, igualmente de períodos e regiões muito diversificadas.

O MNA é ainda o museu português que possui no seu acervo a maior quantidade de bens culturais classificados como “tesouros nacionais”.

Existe, pois, sempre motivo de descoberta nas coleções do Museu Nacional de Arqueologia e é esse o sentido da evocação que fazemos, em cada mês que passa.




PEÇA DO MÊS COMENTADA
 O voto anual dos Amaienses, por José d'Encarnação
21 de janeiro, às 15h30
A apresentar por José d'Encarnação

No que tem sido considerado o seu testamento político (as Res Gestae), Augusto referiu o hábito de lhe ser prestado juramento de fidelidade no dia do aniversário da sua tomada de posse.

O chamado juramento dos Aricienses (IRCP 647) pode ser considerado exemplo do conteúdo típico dessa proclamação de fidelidade ao poder central. No entanto, IRCP 615 testemunha imorredoiramente na pedra que os habitantes de Ammaia (S. Salvador de Aramenha, Marvão) cumpriam com rigor esse ritual.

Datada do ano 44, a epígrafe é dedicada ao imperador Cláudio, na presença do governador provincial, pelacivitas Ammaiensis, aqui representada por dois dos seus magistrados que se identificam à maneira indígena.

A análise da inscrição vai permitir-nos repensar o seu real significado político, detendo-nos, por outro lado, no conteúdo ideológico que subjaz a cada um dos títulos imperiais.

Poderá visitar esta peça na exposição "Religiões da Lusitânia".

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